quinta-feira, novembro 13, 2008

A arte do Ilusionismo

"- Respeitável público !!", gritou com uma bela voz muito bem imposta o chefe de cerimônia do circo. Ele portava uma cartola na cabeça e um smoking que foi surrado nas últimas semanas de espetáculo. A temporada estava para acabar, só teria mais uma, única, apresentação em Porto Alegre-RS. O desânimo contagiava até o melhor dos palhaços, que sempre fez crianças, adultos, mulheres e homens sorrirem com suas passadas, gingas e malabarismos, sempre com uma bola nos pés. Naquele novembro de 2007, o único artista que não parava de sorrir era o mágico. Este também com uma cartola, mas, como já acontecia desde os primeiros espetáculos do ano, não tiraria nenhum coelho de dentro dela. E ele sorria, contrastando com tudo e com todos. Mas por quê? Será que alguém poderia explicar o que se passava na cabeça dele? Era um momento para reflexão e muita, muita concentração no que poderia acontecer com a platéia gaúcha. Quando foram desarmar o picadeiro a lona caiu de uma vez. Todos, menos o mágico caíram em cima dela, derrotados, sem força para preparar a última viagem do ano, mas era preciso, o público iria comparecer. Nos dias que se passaram antes da viagem foi descoberto o motivo de tanta alegria do tal mágico. Foi preciso um documento que comprovasse que ele, finalmente, conseguira fazer o melhor de seus truques. Mesmo na frente de exatas 34.165 testemunhas, com apenas uma caneta, ele, o mágico, fez desaparecer 27.911 pessoas, uma performance digna do grande nome do ilusionismo, Harry Houdini. Acontece que a diferença está que, diferente do grande mestre, o nosso mágico não mostrou como fez tal façanha. Como descobriram? É só olhar para o borderô da partida Corinthians 0x1 Vasco da Gama, penúltima derrota corintiana na série A de 2007.
Depois disso o tal mestre de cerimônia só chama o mágico para entrar em cena, gritando: “Respeitável, nem-tanto-assim, público. Com vocês o grande mágico: Cartola !!!!”



Fonte do borderô: Site da CBF

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